08h00, começamos a descida até a ponte sobre o Rio Homem (inicio da antiga estrada de acesso as minas) e logo no curral de S. Miguel avistamos dois cervos que nos observavam, tentamos fotografa-los (e eles deixaram…) mas os fotógrafos não exibiam a qualidade necessária…
Assim que chegamos a ponte, abastecemos os respectivos cantis e preparamo-nos para começar a caminhada (a primeira que efectuamos o juntos) seria o nosso baptismo. Mesmo avisados do estado do caminho, não deixou de ser uma surpresa constatar que este, nos iria causar mais cansaço do que prevíamos.
À medida que avançava-mos, não podíamos ficar indiferentes a beleza que à nossa esquerda nos ia acompanhando, a imponente encosta do sol.
Após mais algum tempo do que tínhamos inicialmente calculado, chegamos a um planalto onde a paisagem assume características diferentes (já com menos vegetação devido aos 1100 / 1200 mts) e onde (já previamente assinaladas no mapa militar) identificamos a represa e a ponte das Abróteas. Seguramente estávamos perto. Aí encontramos também, cavalos selvagens, que irredutivelmente não queriam abandonar o caminho para nos cederem passagem. Insistimos no nosso caminho e eles lá se afastaram um pouco, permitindo então a continuação da caminhada. Nesta altura o cansaço já nos fazia ficar impacientes, visto que nada de edifícios das minas, nem ao perto nem ao longe, e segundo o mapa já deveríamos avistar alguns desses edifícios (má leitura, não interpretamos bem um pico que estava entre as minas e o planalto). Mais um pouco a caminhar e lá apareceu o primeiro edifício. Chegamos.
Após as primeiras fotos para ilustrar esse facto, começamos a procura da famosa, bela e muito perigosa lagoa que servia de depósito de água que depois era utilizada na lavagem do minério (estas minas, são minas de volfrâmio desactivadas à cerca de 50 anos). Foi aí que decidimos aconchegar o estômago (a vista é magnifica!) para depois continuarmos a visitar o local. Assim que terminamos o almoço, descemos e fomos à procura das minas propriamente ditas (dos buracos, por assim dizer), encontramos dois. Depois dirigimo-nos para o edifício da lavagem onde podemos ter uma perspectiva fantástica de parte da serra, aí vemos ao fundo, e bem abaixo, o corgo da lamalonga, local onde se depositavam os resíduos da lavagem que era feita ao minério, mas parece um enorme circo glaciar tal é a perfeição das suas formas.
Já saciados das minas, começamos a preparar o regresso, foi a partir dai que começaram as primeiras queixas “musculares”, as primeiras aplicações de pomada (e dai vem o nome de monte de um dos caminheiros, passou a ser apelidado de “pomadinha”).
A descida foi bem mais rápida, retiramos mais de meia hora ao tempo que tínhamos efectuado a subir e as 18h00 chegávamos de novo à ponte sobre o rio Homem.
Esta foi a primeira (de muitas, espero eu!) caminhada que fizemos, e dela tentamos retirar o máximo de experiência possível, tanto ao nível da preparação física como a nível do equipamento necessário. No próximo dia 16 de Outubro vamos iniciar os percursos pedestres assinalados por Miguel Torga, sendo o primeiro, o trilho da Calcedónia.
Nos dias seguintes devemos postar aqui as nossas aventuras nesse trilho, sendo o nosso objectivo prepararmo-nos e termos a experiência necessária para podermos também acompanhar vários passeios organizados por outros grupos, bem mais experientes e que nos possam ensinar algo de novo.

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