A subida da Vezeira

Aproxima-se a subida das varias vezeiras do PNPG.

Agora que é moda assistir e acompanhar as vezeiras, gostaria de relembrar a todos os montanhistas que também o fazem, o papel fundamental que lhes cabe ao não pactuar com as toneladas de lixo deixados nos abrigos nestas alturas do ano.

Até porque uma garrafa cheia de vinho pesa mais do que quando esta vazia e se não custa leva-la cheia para cima, menos custará traze-la vazia para baixo.

É que a tradição é muito bonita e os costumes e tal... mas o lixo lá fica a aguardar que outros que não os que o levam, o tragam para baixo.

POR ISSO, SOBE COM A VEZEIRA E DESCE COM O LIXO!!!!



11 comentários:

Helena Teixeira disse...

Olá! Deixo um convite: Junte-se a nós no dia 10 de Junho, no Convento dos Frades, em Trancoso, num duplo evento: «Encontro de Bloggers e lançamento do livro "Aldeias Históricas de Portugal - Guia Turístico". Para estar presente, envie um mail para aminhaldeia@sapo.pt a solicitar o formulário de inscrição e o programa das festividades. Faça-o com antecedência, pois as inscrições são até dia 2 de Junho.

Abraço
Lena

Rui C. Barbosa disse...

Infelizmente é bem verdade. O que observamos em muitos dos fornos é que estão cheios de lixo após a Vezeira. Não digo que o problema sejam só os pastores, mas que estes contribuem muito para isso é verdade.

Por outro lado, a Vezeira tornou-se quase numa feira de vaidades para muitos e isso pode-se ver no dia em que a Vezeira atravessa o Gerês...

DuK disse...

Pois Rui, era o que eu temia...

Este meu post teve como objectivo que os montanhistas que subiram com as vezeiras (e os não montanhistas) servissem como voz da consciência e fizessem esse reparo a quem lá deixou o lixo mas pelos vistos foram subservientes ao "locais/habitantes" e nada disseram.

De certa forma até é bom que as coisas assim tivessem acontecido pois como sabes andam ai muitos movimentos a reivindicar uma serie de coisas mas para podermos "reclamar" tambem temos de cumprir...

1 Abraço!

Alice Lobo disse...

Os pastores são a origem de todos os problemas do Parque? :) ... os pastores diminuiram de 90% para 5% quando já nao existirem cabras, vacas, garranos, para estes os acompanhar,pois em aldeias que possuiam 2000 cabras neste momento têm 120 de quem será a culpa...
Decididamente nao sei porque é que foram existir os trilhos, e mais os turistas ...

Alice Lobo disse...

Eu como cidadão comum, e visitante no porto fico indignada como a parte histórica, apresenta aquele estado fisico e psicologico deplorávél, o lixo que as pessoas deitam na rua com caixotes a cm ... num espaço de poucos anos o porto esta a ficar pobre, em todos os sentidos, outras cidades estão a tornar-se mais competitivas, menos sombrias...

Rui C. Barbosa disse...

Bom, os trilhos sempre existiram na montanha e o problema não é esse. Aliás, o problema do «desarecimento» dos rebanhos e consequentemente dos pastores é muito mais abrangente do que se possa pensar e está relacionado com o deslocamento das aldeias para as grandes cidades. Mas esta é outra questão. O problema aqui levantado é o do lixo nos abrigos. A maior parte dos montanhistas não vão carregados com garrafas de vidro, os turistas que caminham na montanha já as levam, bem como alguns pastores. O problema que aqui foi alertado está relacionado com o facto de muitos dos fornos e abrigos utilizados estarem, no final da vezeira, cheios de garrafas de vidro este é o problema fulcral.

Como é óbvio, não compete ao PN limpar os abrigos e fornos, compete, isso sim, áqueles que os usam (pastores, montanhistas, etc.). Hoje, no PN, este é um grave problema e não é por se tratar de uma tradição ou costume secular das gentes serranas que deveremos deixar de falar disso.

DuK disse...

Olá Alice! Bem o Rui já explicou bem o que te iria responder de qualquer forma deixa-me so acrescentar duas coisas: 1- que este "assunto" veio à baila porque de certa forma se começou a atribuir aos montanhistas esses lixos dos abrigos e dai veio esta "discussão" 2 - Existem diferenças berrantes entre vezeiras. Discrimino positivamente a de Fafião, basta só visitar os abrigos e respectivos prados para se perceber a diferença.

Relativamente ao que dizes do Porto não posso concordar mais!

Relativamente ao outro comentario e aproveitando este mesmo deixa-me so alertar-te que não é preciso viver numa aldeia de interior (ou litoral) para se sentir os efeitos injustos da evolução em benefecio de todos. Eu tinha a 100 mts de minha casa para sul a foz de um rio que apesar de pequeno era limpido com vida e util para a população local que juntamente com a foz do mesmo lhes serviam de sustento. Actualmente tenho um porto de mar atolhado de contentores em todos os espaços possiveis da região e um rio que já não é um rio mas um esgoto a ceu aberto onde nem a mais reles das plantas ou animais nasce ou sobrevive.
A 300 mts a norte tinha um pinhal consideravel de pinheiro bravo e uma estenção de terrenos agricolas que tambem serviam de sustento à outra grande parte da população, agora tenho uma refinaria que me lança uma nuvem permanente de detritos e que em determinados dias até me oculta o sol, isto para não falar das "descargas" nocturnas diarias.

Tudo isto foi construido pelo estado em pról do desenvolvimento do pais. Tal como Vilarinho e Vilar da Veiga, desapareceram em pról do desenvolvivmento do pais. Isto acontece / aconteceu um pouco por todo o pais e de certa forma ninguem se ficou a rir, basta lembrar as cimenteiras, as fabricas de papel, etc.

Não quero com isto dizer que concordo, bem pelo contrario, tendo ate a opinião que as barragens que mencionei atras + a estrada Calda / Portela / Bouça da Mó (não construida ou encerrada aos demais que nao habitantes)foram agressões fundamentais ao estado de estagnação a que se chegou, não satisfazendo nenhum dos lados, nem a preservação / recuperação de fauna e flora nem as populações no seu habitat!

O que não devemos é andar a carregar um orgulho que de nada se vale agora, mas sim partir do que já está feito em busca de algo melhor porque o que foi já nao voltará, infelizmente! Digo isto não tomando nenhum partido dessa "guerra" população / PNPG que é o principal obstaculo ao bem estar de todos. Ambos deviam "desorgulharem-se" e discutir objectivamente e com conhecimento de causa as verdadeiras situações a discutir. Assim ninguem vai lá...

Obrigado aos dois por passarem cá!!!

Alice Lobo disse...

Olá!
Sim os trilhos sempre existiram, apenas agora alguns estão identificados infelizmente, (nunca deveria ter acontecido) em relação ao lixo, claro que fico descontente quando o vejo, nos abrigos ou na serra, apenas refiro que não são os pastores unicamente que o deixam, talvez estejas a referir te a um local especifico em que talvez verificas te q 1 pastor deixou o lixo, mas não podemos generalizar, claro que não se justifica qualquer atitude q prejudique a natureza só porque um habitante pense que por viver lá o pode fazer. Não se trata de Orgulho, Trata se de interesses políticos e económicos, inicialmente por parte do PN que pretendia favorecer umas zonas e outras apenas tinham deveres e não direitos. È algo complexo, para quem não entende as razões das pessoas que vivem em locais remotos. Pessoalmente gostaria de pensar que a minha aldeia, continuasse sem turistas, montanhistas por muitos anos e que continuasse, com os mesmos ideais que os seus antepassados, infelizmente sei que isso não é possível, e tento entender as suas razões..

DuK disse...

Muito mal estaria este pais e o mundo se assim fosse.
Pelas tuas palavras depreendo que gostarias de continuar na tua aldeia com as respectivas tradições e afins, etc.

Entao e a evolução seria para os outros? O preço a pagar dessa evolução seria para os outros?

Eu também gostava! Gostava de ter uma praia só para mim e para os meus vizinhos e quando quisesse "espreitar" o mundo real, descaracterizado pela evolução e pelo progresso, punha a cabeça de fora tal qual um caracol...

Tu estudaste na tua aldeia? Compras lá roupa? É lá que passas ferias? Tem hipermercado?
Pois... isso está na terra dos outros!
E os outros pagaram um preço por isso, se calhar perderam um rio ou uma floresta para tu poderes sair da tua aldeia e ires lá as compras!

Todos nós perdemos um pouco do que nos diz respeito sempre que este mundo avança, não podemos é querer a nossa terra inviolavel a turistas e estrangeiros e depois ir usufruir do que queremos para a terra dos outros!

Parece-me uma posição extremista da tua parte ao qual além de não concordar, fico preocupado!

No que me diz respeito nunca deixarei de visitar, fazer ferias, usufruir e contemplar as terras da Peneda-Geres e posso-te garantir que se tratasses tão bem a minha terra quando cá vens como quando eu visito a tua, teriamos um Porto irrepreensivel em termos de limpeza.

Para terminar e referente aos pastores, vou so esclarecer um ponto:

* O que relatei não esta empolado, depois das vezeiras HÁ LIXO EMPILHADO nos abrigos de pastores e se não são eles, são quem os acompanha nas vezeiras porque isso acontece de um fim de semana para outro. Se não há mais lixo nos abrigos, podes agradecer aos montanhistas (se calhar não locais) que têm trazido o lixo para baixo e olha que eu já trouxe muita garrafa de vinho (não me queiras convencer que é dos montanhistas). O que te estou a dizer tambem não é contado, é visto com os meus olhos...

Alice Lobo disse...

olá!
Nao é uma posição extremista e não quero que fiques preocupado :) . Apenas estou a ver que as coisas estão a mudar rapidamente e não em beneficio de ninguém, eu não estou a falar de ti em especifico até pq nao sei quem és, ou se deitas o lixo para abrigos, eu estou a falar de grupos (Porto, Braga, etc) que semanalmente praticam Canyoning etc e que não respeitam os habitantes assim como deixam o lixo, estou a falar de turistas, montanhistas que vão para as lagoas e que deixam o lixo. Quando nós habitantes, deixamos de ter espaço e harmonia e ainda temos que apanhar o lixo que deitam fora. Eu nao tenho culpa que as pessoas prefiram construir casas nos arredores das cidades e assim destruir campos e arvores em vez de reconstruir na cidade, e depois de destruírem e poluírem as cidades querem estragar, e criticar o modo de vida das aldeias, talvez seja extremista :), eu tenho 31 ano e a primeira vez que fui ao Mcdonalds tinha 19 anos e nao gostei, as compras as pessoas fazem na cidade, mas voltam no mesmo dia, as pessoas que estudaram fora voltaram e tentam preservar o local onde cresceram e pretendem viver. Enquanto algumas pessoas estudaram em escolas primarias com aquecimento, nós nao tínhamos, e ainda usamos o método "telescola" devido a distância, as pessoas da cidade usam e abusam do que têm e do que nao tem . Nao te preocupes que nunca deitei lixo nas ruas ... :)

Alice Lobo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=skFrR3g4BRQ