Aldeia Velha de Juriz - Sancti Vincencii de Gerez



Arruamentos largos e fluidos, edificios generosos com paredes duradoiras, vistas privilegiadas só ao alcance de poucos e ribeiros limpidos de facil acesso! Tudo isto sobre o olhar atento e protector de uma pequena atalaia que zelava pela sua segurança.

Abandonada? Não pode ter sido! Quem trocaria o Jardim do Eden por outro qualquer local???




Lançado o desafio ao Rui e ao Jorge (guia de serviço), partimos os tres da aldeia de Pitões em busca da aldeia velha de Juriz. É perto, é de facil acesso e de facil identificação vista de Pitões, no entanto... permanece oculta e à guarda do carvalhal do Beredo, guardião que durante o Outono, entreabre a porta de entrada para depois a fechar por entre a folhagem primaveril até ao proximo Inverno.



Confesso que para mim foi uma agradavel surpresa entrar no seu dominio, nunca esperaria encontrar ruinas tão bem conservadas (tendo em conta que nunca foram preservadas nem sofreram qualquer intervenção humana desde o seu declinio) nem encontrar ruinas de uma aldeia que de antiga nada parece ter... roam-se tecnicos de urbanismo, recriem Juriz e pasmem-se!


Gerês Antigo, Gerês Termal - fim-de-semana fotográfico (IV)

Alguns exemplos dos resultados desta comparação entre o Gerês antigo e o Gerês actual:




Hotel Universal


                                   

Grande Hotel do Parque


Colunata da Termas





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Trilho da Calcedonia

Ainda antes do fim de semana fotografico, Geres Antigo, Geres Termal, esticamos as pernas na Calcedonia.



Com Trilhos e Azimutes e No Geres2

Fotos, mapa e ficheiro GPS AQUI



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Earth Hour 27/03/2010 20h30-21h30





Apagar as luzes por uma hora... não custa! Inclusivé até fica mais barato!

Poderás associar-te a este iniciativa AQUI

E podes ler mais sobre... AQUI





Henrique o "Trekker"

O Biosfera da RTP2, transmitiu ontem um programa baseado no novo PO-PNPG.

O programa conta com bastantes depoimentos, como por exemplo Henrique Pereira (ex-director do Parque), Miguel Dantas da Gama (dirigente e co-fundador da FAPAS) ou Jose Carlos Pires (PNPG com gente).

Não sabendo quando foi gravado o programa, são ainda levantadas muitas duvidas relativamente à visitação nas ZPT´s, principalmente antes de ser emitida a carta de desporto de natureza.

Podem ver o programa AQUI



Gerez - A reflorestação de fins do Sec. XIX e principios Sec. XX

Voltando um pouco atrás e reflectindo sobre o que li no blog carris de Rui Barbosa no seu post de quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010 - O despovoamento da Peneda-Geres, e posteriores comentários de Jorge Louro (notasparaomeudiario), sobre o que seria hoje o PNPG com e sem a acção dos habitantes locais e dos Serviços Florestais, e aproveitando a transcrição feita pelo Rui, gostaria também de enquadrar um pouco mais o que eram as acções de reflorestação em fins do Sec. XIX e princípios do Sec. XX.

Com efeito, Portugal no fim do Sec. XIX era um pais desflorestado, tendo na altura sido criada uma corrente, com a criação dos Serviços Florestais, para a reflorestação e posterior recolha desses mesmos dividendos, corrente essa que apesar de estarmos já nos últimos anos de monarquia, era já uma iniciativa de organizações republicanas.

Para o efeito foi criado a Festa da Arvore, uma manifestação de apreço e reconhecimento para com as florestas que eram destinadas a promover junto do ensino primário popular essa nova tendência.




              “Ilustração Portugueza” n.º 425, 13 de Abril de 1914,  n.º 479, 26 de Abril de 1915

 Abaixo transcrevo uma carta enviada a 17 de Março de 1912, por Daniel Neiva d’Oliveira Maciel onde é feita uma descrição da Festa da Arvore:

MINHA MADRINHA
Recebi a sua cartinha que, estimei por saber que todos tem saúde. Nós vamos passando sem novidade graças a Deus.
No dia 9 do corrente tivemos aqui a Festa da Árvore. O Inspector pediu a todos os professores que fizessem a festa: a Câmara Municipal ofereceu duas árvores que não conhecemos; plantámos mais duas oliveiras, uma cerejeira e um castanheiro, tudo no largo, à fase do rêgo, próximo do nosso lugar do Nelo.
Saímos ordenados 2 a 2 com instrumentos para a plantação, enxadas, alviões, pás de ferro, serrotes e tesouras; a família da escola feminina também incorporaram mas estas sem instrumentos.
A tuna cá da terra acompanhava tocando as melhores do seu repertório.
No local estava construído um modesto pavilhão de baixo do sobreiro da Margarida e foi bom porque a tarde fazia um sol picante.
O nosso professor fez a sua alocução aos alunos sobre o préstimo das árvores e a seguir ia subindo ao modesto pavilhão, mas rico de ramos e folhas, cada criança do sexo masculino recitar a sua poesia. Ao terminar a recitação cantavam o hino das escolas acompanhadas por instrumentos musicais. Subiram ao tal pavilhão 20 crianças; eu também subi; a poesia que recitei vai por cópia junto a esta para a madrinha ver se é linda.
Em seguida plantamos as árvores e a tuna sempre tocando; terminado o acto fomos comer uma arroba de figos, pão e vinho; e neste último acto não havia rapaz preguiçoso … A professora também serviu as meninas do mesmo modo mas em outro
lugar, no Coverto, ao norte.
Continuamos com a atada das vinhas …
Daniel Neiva d’Oliveira Maciel

Variadíssimas Festas da Arvore foram feitas por este Portugal tendo as mesmas caído em esquecimento em meados de 1915 já em plena Republica.

Republica essa que as impulsionou criando grandes campanhas nacionais de esclarecimento dos cidadãos.

Essas campanhas, dificilmente terão encontrado eco nas zonas rurais, ou no Portugal profundo como agora são apelidadas, tendo os movimentos mais conservadores criado grandes obstáculos à realização das mesma através de boicotes, campanhas na imprensa e arranque de arvores.

Abaixo transcrevo notícia publicada no Jornal de Guimarães em 1914:

O MAL GERA O MAL
As árvores plantadas pelas crianças das escolas foram arrancadas e lançadas a terra pelos que teimam em ver na Festa da Árvore um culto pagão e não um culto de civismo.
Este facto, como é natural, indignou profundamente todos quantos não andando obsecados por idolatrias dogmáticas, sentem a utilidade, a benéfica influência na educação infantil e até no próprio espírito do povo, da realização de festas como a da
árvore.
Pode enfim esse bando escuro do retrocesso manobrar à vontade, mandando arrancar, cortar, lançar por terra as amigas ebenfazejas árvores que os batalhões infantis alegre e festivamente plantaram aos olhos de uma multidão comovida e contente que sem por isso a festa querida deixará de realizar-se, aqui e em todo o país, numa apoteose de luz, de amor e de verdade!
Que mal encerra dizer à criança que deve amar a terra, que deve fertilizá-la pelo seu esforço, que deve ungi-la com a graça dos seus hinos e cânticos?!
Não tem padres a festa, nem nela se observa a liturgia romana? E é isso coisa necessária para que a árvore crie raízes, cresça, lance a ramagem, frutos e flores?
Não surgiu a Festa da Árvore por uma mera especulação teórica. A festa da árvore teve e tem em vista, não satisfazer simbolismos novos, liturgias novas, mas criar fontes de riqueza.
Aprendam no exemplo de S. Francisco de Assis a amar a Deus nas plantas, nos animais, em todas as coisas da criação!
Jornal de Guimarães, 1914

As Festas da Arvore eram também consideradas pelos conservadores apoiados pela Igreja, como manifestações pagãs (?!) e exploradas pelo sectarismo maçónico (?!).

E a minha reflexão sobre esta troca de ideais entre o Rui e o Jorge (que aproveito para congratular pelo excelente serviço publico que prestam e que em mim particularmente contribuíram para um aumento de curiosidade sobre a historia que envolve os povos geresianos) incide exactamente aí, ou seja, até que ponto a Igreja e seus sacerdotes, na altura quase tão regentes como o próprio Rei, teriam tido um papel de desinformação nas comunidades locais levando-as a esses actos extremistas e pouco lúcidos?

Não querendo estar a desculpabilizar o Estado e o Serviços Florestais, pois arrancaram as terras às populações e nunca foram devidamente educativos no sentido de lhes ter sido apresentado a vertente positiva da reflorestação do Geres e serras adjacentes e de nunca terem aproximado devidamente as populações a essa mesma reflorestação e posterior conservação.
Aproximação essa que talvez devesse ter incidido no que a Matta lhes poderia no futuro valer e consequentes proveitos económicos que substituíssem o que lhes foi retirado (mas isso já são outras conversas...).

Assim sendo, acabo só este meu delírio a pensar que pau que nasce torto jamais se endireita e o nascimento torto desta tendência florestal do fim do Sec. XIX não terá o habitual dedo conservador e as vezes cego, da Igreja Católica???

Lobo mau?

Um dos blogs que tenho por habito seguir, Fauna Iberica, postou a 06 de Março um video onde aparecem 4 crias de lobo (Canis lupus signatus), em alegre brincadeira, contribuindo uma vez mais para a desmistificação do Lobo como um animal demoniaco...


ver video AQUI


Vídeo obtido no Distrito de Bragança no Verão 2009 pelo Dr. Luís Moreira, próximo ao local de criação de uma das alcateias mais estáveis de Portugal.
 
Creditos:     http://www.faunaiberica.blogspot.com

Portaria 138-A/2010 (II)

"Paralelamente, com vista a dissipar os equívocos suscitados
pela Portaria n.º 1245/2009, de 13 de Outubro, foi
evidenciada a exclusão do âmbito de aplicação da presente
portaria das taxas devidas pelo acesso e visita às áreas
integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas

Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
5 — Estão excluídas do âmbito de aplicação da presente
portaria as taxas devidas pelo acesso e visita às áreas integradas
no Sistema Nacional de Áreas Classificadas"

Parecem-me que o trecho transcrito acima, será a parte mais importante a reter referente à problematica levantada pela 1245/2009.

A 138-A/2010 deverá repôr a justiça a partir do dia de hoje, que para muitos será finalmente o fim de um periodo de ansiedade em que os interesses economicos se sobrepuseram aos direitos mais basicos do comum cidadão.

A razoabilidade e o bom senso regressam as fragas, aos vales, aos ribeiros...

Destaco o texto no blog Carris, especialmente a ultima parte que abaixo transcrevo:


"Já não teremos as TAXAS, venham agora as REGRAS e acima de tudo que TODOS, TODOS, as cumpram ou então estarão a sujar de lama tudo aquilo porque lutaram.."

Muito importante que venham as regras e mais importante ainda, que independente das mesmas, o sentido civico de cada um prevaleça numa sociedade cada vez mais desprovida de valores.


Uma palavra de agradecimento a todos aqueles que encabeçaram esta guerra, que dando uma cara a esta luta e por vezes sujeitos a pequenos actos de retaliação, nunca permitiram que tivesse caido no esquecimento.

Saliento também que à data e hora que escrevo este post, nenhuma das duas Federações (FPME + FCMP) tinham nos seus sites, qualquer referência a nova portaria. Assim se compreende porquê que, cada vez mais as Federações do pais vizinho, tem filiados Portugueses...

Gerês Antigo, Gerês Termal - fim-de-semana fotográfico (III) Actualização programa 14/03



Irá decorrer próximos dias 13 e 14 de Março a actividade "Gerês Antigo, Gerês Termal - fim-de-semana fotográfico" promovida pelos blogues Carris Bordejar, Trilhos e Azimutes, Monte Acima e No Gerês 2.

O objectivo desta actividade cultural é a de proporcionar aos participantes um fim-de-semana diferente na Serra do Gerês através da identificação fotográfica de vários locais a partir de antigas memórias visuais. Os participantes neste evento terão a oportunidade de ao comparar velhas fotografias estabelecer uma ponte entre o passado e o presente.

A inscrição e participação é gratuita, mas obrigatória devido à logística necessária. Se desejar participar nesta actividade deverá nos enviar um email.

O programa geral deste fim-de-semana será o seguinte:

Dia 13 de Março

10h00 - Concentração dos participantes no Café Ramalhão.
10h30 - Curto passeio pelas Caldas do Gerês e distribuição do material para a actividade na Colunata das Caldas do Gerês.
11h00 - Início do dia fotográfico
18h00 - Fim do dia fotográfico.
20h00 - Jantar convívio (em restaurante a designar dependendo do número de participantes).

Dia 14 de Março


9h00 - Concentração dos participantes no café Ramalhão.
10h00 - Visita à Pedra Bela. Visita à Portela do Homem. Visita ao campo de futebol de Pereira.
15h00 - Tertúlia no Aparthotel Vale de Azereiros 'O montanhismo e as actividades de montanha no Parque Nacional'.

As fotografias serão posteriormente enviadas via email para a organização e serão expostas on-line sendo seleccionadas por votação via email.

Caso esteja interessado em passar a noite nas Caldas do Gerês poderão focar alojados nos apartamentos do Vale de Azereiros ou na Pensão Fernandes, nas Caldas do Gerês. Para informações sobre os preços de dormida deverão nos enviar um email.

Caso deseje participar no Jantar Convívio no dia 13 de Março deverá fazer a inscrição para o mesmo email até pelo menos uma semana antes do evento.

As melhores fotografias poderão vir a fazer parte de uma exposição fotográfica com o mesmo tema a ser levada a cabo nas Caldas do Gerês em data a determinar.

Fotografia: © João Figueiredo

Fotografia: © Miguel Campos Costa