Perder tempo a tentar materializar em palavras esta ultima caminhada será com certeza um esforço infrutífero … mas vou tentar, vou ser atrevido a esse ponto. Digo isto porque sempre que se cai no erro de transcrever sentimentos, sujeitamo-nos a ser poéticos e não objectivos!
Sem poesias o dia começou bem cedo na área de serviço da A3 em Sto. Tirso, assim que tomamos o pequeno-almoço partimos em direcção a Xertelo. A viagem deverá ter demorado 1h45. Assim que chegamos fomos recebidos por um simpática senhora que prontamente nos explicou que o fim-de-semana era de festa e como tal deveríamos estacionar bem os carros de forma a não atrapalharmos a festa e a não ficarmos”tapados” quando quiséssemos sair. Arranjamos um sítio junto à casa da senhora e enquanto esperávamos por 3 caminhantes do UPB que nos acompanharam nesta caminhada fomos transaccionando potes de mel com a nossa anfitriã.
Assim que eles chegaram partimos para a nossa aventura, Carris! Local de culto de todos os que gostam de caminhar e que gostam do Geres.
As primeiras horas de caminhada cedo deixaram perceber que iríamos ter dois fortes inimigos, o calor e a falta de água. Se a falta de água foi sendo solucionada pelos litros e litros que alguns caminhantes transportavam nos seus Camel Bag, o calor só mesmo uma intervenção divina podia solucionar. Fomos caminhando com pausas (algumas bem longas) até chegarmos aos Carris o que originou um considerável atraso. Chegamos já depois da hora de almoço mas, sem almoçar! Já fugindo ao que inicialmente tínhamos programado, decidimos adiar a subida ao Pico da Nevosa para o dia seguinte, ficando o resto da tarde nos Carris a recuperar forças. Uns foram em busca de água e outros em busca de lenha para o jantar… eu sacrifiquei-me e fiquei a vigiar as mochilas, tarefa árdua que implicou uma notável concentração e coragem! Vocês percebem… podia aparecer algum marginal e roubar os poucos recursos que tínhamos! Mas deixemos de falar da minha aventura perigosíssima de vigia e voltemos ao que interessa. Por volta das 19h30 estávamos já todos com as nossas missões cumpridas (ninguém se aproximou das mochilas!!!) e começamos os preparativos para o jantar, fizemos uma pequena fogueira, num local bem seguro (sim…fizemos fogo em pleno verão dentro do PNPG, mas fizemo-lo em segurança máxima e sem pôr-mos em causa um local admirado por todos, fizemo-lo porque nos consideramos conscientes e responsáveis e porque sabíamos o que estávamos a fazer! pf não tentem isto em casa!). Enquanto o cozinheiro de serviço ia fervendo a água para as massas instantâneas, as tendas iam sendo erguidas uma a uma. Para aperitivo o Louro foi fazendo chá preto com limão. As massas foram sendo devoradas em varias rodadas, assim como as sopas e penso que todos ficamos satisfeitos! Ainda houve tempo para mais chá, café e chouriços até chegar a hora de dormir.
Com uma noite mais ou menos bem passada (alguns de nós, nomeadamente eu, foram acordados ao pontapé!) recuperamos energias para iniciarmos a subida à Nevosa. Deixamos as mochilas nos Carris e percorremos a distância que separa os Carris da Nevosa em pouco tempo. Regressamos para recuperar as mochilas (não, desta vez eu não fiquei na perigosa vigilância) e iniciamos a descida para Xertelo. Almoçamos nuns prados um pouco antes do Cocões do Concelinho e assim que entramos no grande circo glaciar penso que atingimos o auge da caminhada tal é a beleza do local em questão, entre prados, riachos e escarpas a natureza pintou um quadro inimitável, todo esse espaço até as Lagoas do Marinho é caracterizado por uma beleza indescritível! Das Lagoas seguimos o estradão até ao Alto da Surreira do Meio-Dia onde tencionávamos descer, mas como alguns de nós já não se encontravam nas melhores condições e o calor estava realmente insuportável, decidimos continuar o estradão até Xertelo de forma a que se fosse necessário algum tipo de ajuda seria mais fácil poder obtê-la.
A caminhada acabou exactamente onde tinha começado com a particularidade de desta vez, não ter sido a nossa anfitriã a receber-nos mas sim o seu marido que, claro está, nos tentou vender mel. Rapidamente foi esclarecido de que já tínhamos contribuído para a causa…
Parabéns a todos! Portaram-se muito bem e um obrigado aos caminhantes do UPB por nos terem acompanhado ( Jana, Célia e Louro ), bem hajam!
9 comentários:
E somos dois :-))) mas haverá mais hipóteses.
Sensata a escolha em terem feito o final do percurso pelo estradão ... dadas as circunstâncias. Mas vale mesmo a pena fazer o trilho tal e qual ele está nas cartas, a parte final ´
e simplesmente soberba ;-)
Lobos?? Corsos??
Infelizmente nem um uivo ao longe. O melhor foi um céu bem pintado de estrelas e um quarto crescente muito luminoso.
A decisão do estradão foi bastante penosa visto que acrescentamos muitos km´s à parte final.
pá, não há palavras pra descrever...
Muito BEM. Parabéns per tutti :)
Quando é a próxima saída? (alinham ir a Pitões?)
Foi muito bom, nunca tinha comida daquelas massas mas são muito boas (é isso ou a fome era muita).
A ajuda dos "manos" foi muito importante, esse pessoal corre tanto que cansa só de olhar.:)))
E quem disse que o Pulo do Lobo era fácil deveia experimentar com uns 14 kgs às costas.:)))
Hola!O facto de ouvir o Rui falar constantemente nestas caminhadas, fez-me visitar o site e deixar aqui esta mensagem...é fabulosa a forma saudável como ocupam o tempo!!
Dá-me vontade de alinhar com vocês nesta aventura,se bem que a minha pericia para caminhadas é quase nula...:)
Mas prometi ao Rui que na próxima vez me junto ao grupo...
Até breve...
Ju
Ola Joana, seras recebida de braços abertos. Como vens da parte do Rui, já vens recomendada. Até breve!
já via q voltaram a marcar esta para 2007, vou passar por aqui mais vezes para ficar a par das novidades.
Deviam aparecer nas caminhadas do UPB e vice-versa.
Um abraço e boas caminhadas
Olá a todos.Obrigado pelos relatos inspiradores.Oxalá um dia possamos ir juntos.Aqui fica também o meu blog: soulworld.blogspot.com. Abraço
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