Comunicado FAPAS

Se aqui critiquei o 1º comunicado da FAPAS, não pelo conteudo em si, mas sim por ter colocado todos os habitantes do PNPG no mesmo saco, cabe-me agora evidenciar também o 2º comunicado emitido pelos mesmos.

A diferença mostrada do nº de fogos entre o dia 01/08 e 22/08 entre Portugal e Espanha é por demais evidente!

Acompanho com frequência o blog Ambio, onde este assunto do Suão (vento de leste) foi varias vezes debatido como um dos responsaveis pelos incêndios de Agosto. Na minha ignorância parecem-me logicos os argumentos apresentados. Mas no meu senso comum é-me também dificil aceitar que esse mesmo vento Suão seja responsavel pelas inumeras ignições detectadas na altura, algumas até à noite apesar de também haver justificações cientificas para isso como a autocombustão de material combustivel seco e acumulado. Talvez responsavel pelas condições favoraveis à sua propagação mas dificilmente no seu inicio.

Este mapa apresentado pela FAPAS demonstra que existem mais factores alem dos ventos de leste, ou não fossem os Espanhois os mais afectados pelo Suão. Eu também estou de acordo com a FAPAS quando atribui aos incêndios no PNPG, mão humana. E estou também de acordo que não é o deficiente mental ou o alcoolico que são os mentores, mas sim, apenas executantes.


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8 comentários:

Alice Lobo disse...

Achei interessante o Blog "Ambio" (Ventos) e como comentei e repito :). deveriam ser bombeiros :) ou de uma forma mais gratificante e nao dolorosa, formação a estes :) e assim colocarem em prática os corta-fogos, metodos usados para controlar e apagar Fogos dependendo sempre do vento. teorias !!!

(Lusa) - "Nos últimos sete anos arderam mais de 20 mil hectares do Parque Nacional da Peneda-Gerês, registando-se em cada ano uma média de 77 incêndios, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidada (ICNB).

O Plano Prévio de Intervenção em Incêndios Florestais, elaborado no ano passado sob a tutela do ICNB para aquela zona protegida, revela a "vulnerabilidade" do Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) à "ocorrência" e "propagação" de incêndios florestais.

A acumulação de combustíveis na floresta e nas zonas de pastagem, predação do gado, roça, necessidades de lenha e queimadas controladas, aliada à topografia muito acidentada, acessibilidade difícil e às características culturais da população residente, assim como a elevada pressão turística, potenciam a ocorrência de fogos, refere-se no documento, a que a Agência Lusa teve acesso.

A zona com maior número de ignições é a freguesia de Cabril, seguindo-se as freguesias de Outeiro e Pitões das Júnias, no concelho de Montalegre, mas existem outros locais com bastantes pontos de deflagração: as freguesias de Castro Laboreiro, no concelho de Melgaço, a freguesia de Soajo, no concelho Arcos de Valdevez, e a freguesia de Vilar da Veiga, no concelho de Terras de Bouro.

De acordo com os dados estatísticos do PNPG, no período entre 1990 e 2007, verificaram-se 1.272 incêndios, com uma área ardida de 19.403,28 hectares.

Em média ocorrem no PNPG 77 incêndios por ano, que afectam uma área média de 1.153 hectares por ano, um valor bastante significativo, tendo em conta que a área do PNPG é da ordem dos 11 mil hectares.

Aquele documento do ICNB destaca a tendência para o aumento do número de incêndios nos últimos anos, excepto em 1999, 2002 e 2003, quando o número de incêndios diminui.

Quanto à área ardida, verificam-se grandes oscilações de ano para ano, sendo 2006 o que registou maior área ardida, da ordem dos seis mil hectares.

Entre 2003 e 2007 houve um crescimento da área ardida independentemente do número de incêndios.

"Isto deve-se aos incêndios dos meses de Janeiro, Fevereiro, Outubro e Novembro, em que não existe uma disponibilidade de meios suficientemente capaz de dar resposta aos incêndios que ocorrem durante esta época", lê-se no documento.

Uma análise aos incêndios no PNPG nos últimos anos permite concluir que existem duas épocas de fogo: uma nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, e outra no Verão, nos meses de Julho a Setembro.

"Tendo em conta que no Inverno não existe a mesma disponibilidade de meios relativamente ao Verão, as áreas ardidas durante os meses de Janeiro, Fevereiro e Março são bastante significativas nas médias anuais. Em 2007 verificou-se que a maioria dos incêndios ocorreu em Outubro e Novembro, assim como a área ardida", acrescenta.

A mesma estatística indica existir alguma regularidade na ocorrência dos incêndios ao longo da semana, embora seja mais elevada à sexta-feira, sábado e domingo.

A maioria dos incêndios ocorre entre as 08:00 e as 23:00, registando-se um período de maior número entre as 12:00 e as 19:00.

O PNPD engloba importantes manchas de carvalhais galaico-portugueses, que são das mais extensas e bem conservadas a nível nacional. Os matos ocupam metade da área e os povoamentos florestais são dominados por pinheiro bravo e folhosas."

Mas apesar de todos sabermos isso até o zé povinho numa linguagem simples, conhecer muito bem os ventos apenas nao dão esses "nomes ou definições" as coisas continuam igual e vão continuar, se as pessoas, autoridades nao mudarem de atitude.

Alice Lobo disse...

Olá
:)
Em relação ao FAPAS concordo que o trabalho que estão a tentar realizar não esteja a ser conseguido mas nao se pode comparar o Parque natural Baixa Limia-Serra do Xurés onde só inclui territórios dos municípios de Entrimo, Lobios e Muíños, e características completamente diferentes, da Serra Amarela.
Encontram-se dissipados e existem poucos habitantes nas áreas de reserva.
Uma grande parte da área é montanhosa, a maior luta foi a busca da cabra-montês e eu (Felizmente tive a oportunidade de as ver nas montanhas da mata de cabril ) e sei que é uma grande frustração saber que devido aos fogos elas podem regressar a serra do xurez, mas a mata de cabril não é habitada, logo o FAPAS, tem que exigir melhor planeamento de Fogos, pois fogos irão sempre existir infelizmente.
;)

DuK disse...

Olá Alice,

A comparação com Espanha não feita só com o Xures, mas sim com o territorio na sua totalidade. É claro que a entre o o PNPG e Xures existe uma diferença grande apesar de separadas apenas pela fronteira.

Relativamente às cabras, eu continuo a achar que há preocupação demais, visto que elas estejam em Espanha ou não, nunca estão longe e se foram para Espanha só regressam para onde vieram. De qualquer forma o "grupo" de Pitões por exemplo anda sempre entre Espanha e Portugal e isso não parece incomodar ninguem.

Agora o resto da fauna, proponho que se veja neste documento de que estamos a falar http://www.icn.pt/downloads/POAP/POPNPGeres/POPNPG_Relatorio.pdf no ponto 1.3.1.2 e perante tudo o que existe na Mata de Cabril so se preocupam com as cabras?

Alice Lobo disse...

"sr"Duk :) sim preocupo-me com as cabras, como com as arvores como com tudo em redor etc. mas tb te digo que no dia que fiz toda a mata de cabril pelo rio encontrei 2 cabras-montês mortas mas nas estatisticas continuam a ser 40 :) mas ja devem ser 38 :) e o FaPas deve estar muito preocupado com a morte de 2 cabras :) mas fala bem agora na TV e jornais ,mesmo a fauna e nao o "resto" como tu dizes, se a preocupação são os habitantes para o FAPAS, que nao deixam exercer o trabalho como eles querem, uma grande área da mata de cabril nao é habitada por pessoas, logo as pessoas não vão interagir ou contrariar, e mesmo os pastores nem chegam com os rebanhos aquela area só se for os Garranos mas isso nem acontece os donos vigiam os, existem locais propícios a fazer corta-fogos, eu sei que o parque é contra grandes estradões mas em zonas nem era necessário , corta-fogos largos, agora eles nao fazem nada e so se lembram quando as coisas acontecem. enfim :)

Alice Lobo disse...

Nao consegui encontrar/ler o relatorio :)

Alice Lobo disse...

Duk tambem ja passei na zona onde existe a maior quantidade de víboras que só existe mesmo no PNPG, mas não consegui ver nenhuma :) entretanto fiquei possuida de "carrapato" ;)

DuK disse...

Tenta la outra vez ;)

http://www.icn.pt/downloads/POAP/POPNPGeres/POPNPG_Relatorio.pdf

DuK disse...

Eu não estou não a criticar que te preocupes com as cabras ou que alguem se preocupe com isso, so estou a alertar que o valor faunistico da Mata de Cabril não de reduz, nem pouco mais ou menos, às cabras. E acho também que as cabras serão eventualmente as menos prejudicadas pois a facilidade com que encontram outro habitat é muito maior que o resto da fauna... E se elas forem para Espanha, desde que estejam bem, por mim fico igualmente satisfeito!

Atenção que também ha motivos naturais para se ver cabras mortas, isso não é tão anormal como isso. Anormal era se estivessem mortas devido a caça ou devido a outros factores extra natura.