Cabrilgate?


ACTUALIZAÇÃO 16h11

Mais uma vez o Rui está no PNPG e brevemente já será possivel informar o que realmente se passa na Mata de Cabril. Posso já adiantar que a informação dada pelo sitio da protecção civil, mais uma vez, não é correcta, suspeitando-se que uma das frentes do incendio desce da Mata de Cabril em direcção à albufeira de Vilarinho. Não é possivel para já informar se atingiu / atingirá a Mata de Palheiros. 

Notar que a mencionada Mata de Palheiros, será eventualmente uma das zonas do PNPG que mais combustivel tem acumulado e que de certeza nunca sofreu uma das fantasiosas acções de limpeza publicitadas pela Sra. Ministra do Ambiente.

 



ACTUALIZAÇÃO 14h33

MATA de CABRIL
(informação sitio da protecção civil)
Incêndio dominado. EM VIGILÂNCIA ACTIVA (ver informação detalhada)
Informação detalhada: 
11h15 - Existem ainda duas frentes neste incêndio: uma virada a Noroeste, com início na linha de água, a ser contida por um aceiro, com o apoio de uma máquina de rasto e pessoal apeado e uma segunda virada a Nordeste. Os trabalhos de consolidação de ambas as frentes estão a ser desenvolvidos sobretudo com o recurso a pessoal apeado e com apoio pontual de um meio aéreo, mantendo toda a área em permanente monitorização.

 Dominado! ...depois vemos a informação detalhada e ... duas frentes activas...!!



Reportagem fotografica no Expresso.

Fogos no Gerês: antes, durante e depois

No Expresso também...

Gerês: incendiários não são os suspeitos do costume

 
 ACTUALIZAÇÃO 11h31




MATA de CABRIL
11h15 - Existem ainda duas frentes neste incêndio: uma virada a Noroeste, com início na linha de água, a ser contida por um aceiro, com o apoio de uma máquina de rasto e pessoal apeado e uma segunda virada a Nordeste. Os trabalhos de consolidação de ambas as frentes estão a ser desenvolvidos sobretudo com o recurso a pessoal apeado e com apoio pontual de um meio aéreo, mantendo toda a área em permanente monitorização.


 Finalmente a verdade! (ou não)

Na fotografia abaixo tirada pelo Rui, dia 17/08 as 10h, eu continuo a achar que uma frente está na fronteira entre os distritos de Braga e Viana do Castelo (mapa no fim do post).


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Já aqui tinha chamado a atenção na minha actualização das 12h no post de 17/08 que a situação da Mata de Cabril, não era de forma alguma a que nos diziam tanto a protecção civil como a comunicação social (engraçado que so se indignam por lhes limitarem a informação de vez em quando, não sempre).


A foto abaixo é de 14/08 cerca das 19h tirada do viaduto na fronteira de Lindoso


A foto que se segue, foi tirada pelo Xavier no dia seguinte cerca das 19h tambem e no mesmo sitio (nessa altura a protecção civil dava o incendio domidado desde as 10h40) Se isto é dominado... uma frente bem activa e com chamas que devem rondar 1 mt ou 1.50 mt de altura...


A foto que se segue é tirada pelo Rui no dia 17/08 cerca das 10h, desde o vale do Homem



Segundo a informação metereologica de ontem, o vento naquela zona estava moderado de Oeste o que leva a supor algumas coisas:

* Que o incêndio nunca esteve realmente dominado e muito menos extinto, nem é preciso dizer porque é por demais evidente.

* A Mata de Cabril tem uma orientação N - S e se a frente "norte" já deve ter parado (senão já estaria na fronteira e ai os Espanhois já estariam a combater o fogo), a frente Sul deverá mesmo estar as portas da Mata de Palheiros, ou então já está na Mata de Palheiros empurrada pelo vento de Oeste (a ponta sul da Mata de Cabril vira a Este juntando-se à Mata de Palheiros).

* Pelas conclusões acima (que valem, o que valem) é de concluir que a Mata de Cabril ardeu toda e não metade conforme se anda a fazer crer.

* Conclui-se também que temos uma comunicação social que se deixa controlar como e quando quer. Não é possivel que nenhum jornalista no terreno não tenha percebido que entre 15/08 e 17/08 o incêndio na Mata de Cabril não foi combatido (sublinho não foi combatido). Quanto mais não seja pela enorme coluna de fumo que nunca parou de sair do vale desde 13/08.

E é assim, o maior valor do PNPG arde à 6 dias consecutivos, foi combatido de 13/08 até 15/08 e de 17/08 em diante, tendo sido completamente ostracisado neste interregno.

Compreendo a pressão efectuada pelas autarquias no sentido de dar prioridade ao combate aos incêndios junto a habitações e bens.  Mas não compreendo porque que não há meia duzia de GIPS que pudessem ter sido transportados por helicoptero e que neste espaço temporal tivessem pelo menos evitado que incêndio avançasse livremente. Se assim tivesse sido feito, talvez a tal metade que não ardeu, não tivesse mesmo ardido... Eu pessoalmente temo que a Mata de Cabril esteja neste momento ardida em toda a sua area (a intensidade do incendio depois dirá qual o nivel de destruição, se atingiu efectivamente os exemplares mais importantes em termos de flora, porque a nivel de fauna, de certeza que já não haverá porque foi destruida ou porque fugiu). Esperemos que não...

Relembro que apesar de se andar a dizer que o Ramiscal já recuperou de 2006, isso não é verdade, basta perceber que nos dias de hoje o rio ainda está morto!






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9 comentários:

Rui C. Barbosa disse...

As fotografias apresentadas no Expresso além de muito genéricas mostram o incêndio na Calcedónia no dia seguinte ao seu início. Por outro lado, são exibidas fotografias da margem da Albeufeira de Vilarinho da Furna que foram queimadas num incêndio no ano passado (se não estou em erro). Uma má reortagem fotográfica com fotos de arquivo e algumas que não devem ser do Gerês.

DuK disse...

És capaz de ter razão, mas como não se sabe bem o que ardeu é dificil perceber bem se são actuais ou de anos anteriores.

As fotos de Vilarinho parecem-me ser na encosta depois da aldeia onde existe um pequeno pinhal (pequeno mesmo) que ardeu...

Referente a ser ou não do Geres, talvez te refiras à nº 3... também não identifiquei como um local conhecido

Alice Lobo disse...

"A mata de cabril só vai deixar de arder quando vier a chuva " infelizmente :(
Penso que o artigo do expresso de uma forma muito simples e popular retrata exactamente o que se passa no interior do PNPG
“Segundo vários investigadores da PJ, "o crime de incêndio florestal é dos de maior dificuldade em recolher prova concludente para os tribunais". Acresce que "quem poderia testemunhar é gente isolada e muito idosa, às vezes com mais de 80 anos, que nunca entrou num tribunal e receia acusar os vizinhos".
“poucos são os que arriscam queimar as próprias terras, ficar sem caça ou sem uma área considerável de pasto.”
“Há turistas que fazem fogos e grelhados de dia e de noite nesta altura do ano, assim como emigrantes que para limparem os lixos envolventes das casas ateiam o fogo e depois perdem o controlo da situação",
Agora sabendo isto tudo e no fundo não sabemos é nada, o que é as autoridades e instituições (Ministério do Ambiente, FAPAS, PNPG, etc) vão fazer para que não volte a repetir se esta situação, tem que haver uma coesão muito forte, e não individualismos na hora de actuar ou achar que umas zonas são mais importantes que outras, ou porque o Gerês é mais publicitário que a Peneda, ou porque o Gerês esta no distrito de braga, e tem mais meios , e soajo e etc esta no distrito de Viana do castelo e não tem, isso não pode acontecer. O parque Nacional faz me lembrar a a união europeia, União mas só para e quando lhes convêm.

DuK disse...

O problema se calhar são os lobbys que se aproveitam exactamente do que disseste para continuar a actuar na sombra, aproveitando-se muitas vezes da falta de formação de alguns habitantes. Juntando a essa lacuna na formação e se calhar duas cervejas bem fresquinhas, temos um potencial incendiario a mando de alguem!

Sabes que no (mau) comunicado da FAPAS, há uma afirmação que concordo a 100%:
"A pretenção de alguns, de diminuir o valor ecológico e paisagístico de determinadas zonas, preparando assim o terreno para a aceitação da instalação de mais parques eólicos, atentando contra o património que é de todos os portugueses (e não só), constitui um crime. Como tal, deveria ser fortemente penalizado."

Isto é verdade, verdadinha!

Alice Lobo disse...

sim tens 99% de razão pois em nada existe 100% de certezas :)sou completamente contra aos parques eólicos, até porque existe outras alternativas se realmente o interesse das pessoas é exploração de energia, como as mini-hidricas reestruturação dos moinhos de agua mas isso é um negocio e algumas freguesias deixam se levar, Viana neste momento é dos distritos que mais esta a investir nos parques eólicos as empresas querem ganhar dinheiro e tentam manipular a pessoas e a serra Amarela é um dos locais preferidos. Espero que isso nunca venha acontecer.

é um artigo do jornal do alto Minho

"30 Setembro 2005
Parque nacional da peneda-gerês impede instalação de torres eólicas

Germil poderá voltar
a boicotar às urnas

A população da aldeia de Germil, em Ponte da Barca, poderá voltar ao boicote ás urnas, tal como o fez nas eleições Legislativas de Fevereiro, em protesto contra a proibição do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) de instalar torres eólicas no monte da freguesia.

Em declarações ao "AltoMinho", o presidente da junta, João Pereira, reconheceu que apesar de "nada estar definido" e da sua "oposição" a um eventual boicote, "a decisão está nas mãos das pessoas".

O protesto, recorde-se, prende-se com o facto da direcção daquela área protegida "ter-nos impedido a colocação de parques eólicos na freguesia". "Seria uma importante fonte de receita para a nossa freguesia. Estamos a falar de dezenas de milhares de euros por ano, que muito precisávamos para revitalizar a freguesia", acrescentou.

Em causa está a proibição do PNPG da instalação de diversas torres na Serra Amarela, pelas quais a freguesia já estava a receber uma renda mensal, tendo a empresa responsável pela exploração de energia eólica já instalado uma das estruturas de medição nos montes daquela aldeia.

Situada em pleno coração do parque, Germil conta com cerca de 118 pessoas recenseadas, dos quais apenas noventa habitam na localidade, sendo esta uma „importante forma de gerar alguma riqueza e fixar algumas pessoas na aldeia".

Recorde-se que em Fevereiro a votação estava marcada para a escola do primeiro ciclo local, que apareceu fechada a cadeado. Assim permaneceu toda a manhã, o que levou à anulação das eleições, tendo em conta não foi possível fazer a constituição das assembleias de voto.

"Nada nos diz que a população, espontaneamente, não possa voltar a fazer o mesmo", concluiu o autarca de Germil.

por Jornal Alto Minho (Viana do Castelo)


Por trás disto estão os grandes empresários.

Alice Lobo disse...

Eu assusta -me que as pessoas pensem assim como é possivel, que as´eólicas iam aumentar a riqueza de 90 pessoas ?, até porque eles ja tinham o negocio feito com a empresa sem falar com as as aldeias em redor. mas são as empresas, os empresarios que os iludem.

DuK disse...

E os grandes empresarios e não só!

Alice Lobo disse...

Pois não, pessoas, habitantes comuns, com a mesma euforia de bens de consumo como a grande parte dos citadinos. e na cidade tb não estragam aquilo que é de "todos". A conversa vai dar sempre ao mesmo...
O problema esta na forma como as Instituições resolvem as situações, se os empresários, algumas autarquias, o próprio Governo andam a tentar convencer os habitantes do parque e não só a implantarem os parques eólicos, então era o momento do PNPG e FAPAS actuar e tentar convencer os habitantes com outras alternativas e mostrar as desvantagens, a diferença está que as empresas falam com os habitantes de "mansinho" e sabem arranjar argumentos, os outros durante anos nunca souberam falar com os habitantes, so sabem dizer que são mal Educados. Nem vou comentar mais.

DuK disse...

Concordo contigo!

Mas não sei se ainda se vai a tempo.